Santa Casa realiza primeira cirurgia com neuronavegador

Cirurgioes definindo localizacao dos sensores

Uma tecnologia de última geração usada em cirurgias neurológicas de alta complexidade, em todo mundo, e que vem ganhando cada vez mais espaço no Brasil, foi utilizada pela primeira vez na Santa Casa de Mogi Guaçu, neste início de ano. Sonda apontando localizacao do tumor no monitor

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Trata-se da neuronavegação, que é uma neurocirurgia guiada por computador, que auxiliou na remoção de um tumor cerebral em um paciente de 45 anos, com grande sucesso.

O procedimento foi realizado pelos neurocirurgiões José Eugênio Colombo e Antonio Sérgio Barata Cavalcante, com apoio da instrumentadora Valéria Inácio de Carvalho. De acordo com Barata, entre as principais vantagens desta tecnologia podem ser elencadas a facilitação do acesso e visibilidade da área com lesão, oferecendo maior precisão e segurança para a equipe médica e o paciente.

A neuronavegação é na verdade, um sistema de tecnologia assistida por computador, que permite ao neurocirurgião “navegar” com precisão milimétrica na retirada de tumores, evitando possíveis danos ao tecido cerebral normal. Barata salienta que com a neuronavegação se reduzem as infecções e riscos de lesões graves em áreas responsáveis pela fala, visão e movimentação dos membros. Ele ainda comentou que a incisão pode ser menor, assim como o tempo cirúrgico e a recuperação do paciente é bem mais rápida.

O procedimento foi  indicado neste caso clínico específico, uma vez que a lesão inflamatória, diagnosticada através de uma tomografia computadorizada, se encontrava em área importante da motricidade e raciocínio e em local de difícil acesso. Estas imagens da tomografia foram gravadas em uma mídia digital e transferidas para o aparelho, que fez a reconstrução tridimensional do cérebro indicando a localização exata da lesão.

Alguns sensores foram instalados em um equipamento ao lado da cabeça do paciente. O neuronavegador cruzou as imagens já armazenadas, com as captadas através da sonda utilizada pela equipe de neurocirurgiões, permitindo que eles “navegassem” em tempo real pela área da lesão, tendo maior precisão no procedimento.

O paciente teve alta hospitalar, quatro dias após a cirurgia. De acordo com o neurocirurgião, José Eugênio Colombo, “o paciente não apresenta nenhum déficit e está em plenas condições físicas”. O neuronavegador pode ser comparado a um aparelho de GPS, onde ele é o satélite e a sonda é o sinalizador. Este procedimento ainda não é realizado através do Sus (Sistema Único de Saúde), nem dos planos de saúde atendidos no hospital.

 

Carla Machado: Assessora de Comunicação Santa Casa de Mogi Guaçu